5102 vazio, um milagre concedido pelas férias. Na altura da Rua da Bahia com Fernandes Tourinho entra a menina. Uniforme de vôlei, cabelo preso, mochila nas costas. Dirige o olhar para o rapaz sentado:
- Oi, José, tudo bom?
- E aí joia?
Tudo bem, a menina educada conhecia o rapaz e o cumprimentou normalmente. Sentou-se no banco à frente dele e já preparava para colocar os fones.
- Virou loira agora? – Disse ele uma vez. – Hein? – Continuou.
- Oi? – ela vira fazendo cara de “é comigo?”
- Está loira agora?
- Não. Na verdade é ruivo e já faz tempo que tá assim.
- Ah...
Ela virou novamente para frente e ajeitava os fones quando o tal José recomeçou:
- Mudou para esses lados agora?
- Já tem uns 10 anos que moro aqui. – respondeu, sem se virar.
Devemos compreender que realmente existe gente que não se toca:
- Trabalhando?
- Treinando.
- Minas?
- Uhum. – Vamos lembrar que ela trajava o uniforme do clube.
- E faculdade?
- Ed. Física.
- UFMG?
- Não. UNI-BH.
- To fazendo direito.... Na FUMEC... Tava numa entrevista de estágio agora
- Ah.. – ela vira e olha pra ele de cima a baixo, analisando a roupa – Conseguiu?
- Não. Recusei... sou difícil.
Ela se virou de frente e eu não pude ver a cara que fez. Deixo aqui espaço pra imaginação.
- Moro aqui. Ali onde aquelas tem aquelas luzes acesas.
- Hum. Moro mais pra frente.
- Bom te ver! Não some não! Vamos encontrar mais!
- É... tchau.
A menina da um sorriso amarelo, permanece sentada, acena um tchauzinho com a mão e espera o rapaz descer. Coloca enfim os fones soltando um suspiro que, penso, dizia: “é tenso aguentar isso no fim do dia”.
Como eu disse, existem lugares e lugares.
"na verdade, é ruivo"
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkk
adoro.
Que beleza!
ResponderExcluirComigo deu certo... sempre dou sorte com transporte publico!! =)
ResponderExcluir