terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nascendo

Ouvir conversas alheias no ônibus é uma arte. Comecei a praticar essa atividade há cerca de cinco anos. Como sempre estudei de manhã e trabalhei durante a tarde, a hora do rush no transito é minha especialidade. Já tentei de tudo para passar as longas horas dentro do transporte público. Ler, ouvir música, pensar na vida, nos problemas, nas contas pra pagar... Tudo isso não era satisfatório. Ler em movimento me dá enjôo e eu igualmente enjôo das músicas que coloco no MP4 (ou antigo diskman). Pensar em problemas, nem se fala, haja dor de cabeça.

Quando comecei a prestar atenção nas pessoas que andavam nos ônibus tive muita dificuldade, afinal, você não pode deixar que o outro perceba e tem que se acostumar a não ouvir o fim das histórias. Odeio quando a pessoa desce no meio daquele babado forte, ou chega o meu ponto e eu tenho que saltar. Uma vez duas amigas conversavam sobre o caso amoroso da vizinha de uma delas e a história era tão interessante que eu continuei no ônibus, desci no mesmo ponto que elas e só parei de segui-las quando entraram em um prédio. Foi uma grande frustração, nunca saberei se o homem era ou não pai do filho da tal mulher.

Depois de anos de prática eu arranjei um truque: coloco fones no ouvido, como se estivesse ouvindo música. É difícil, já que algumas pessoas falam realmente baixo e eu tenho que fazer praticamente uma leitura labial. Outras são muito lentas e nem sempre a distância abrange o tamanho do caso. O bom é quando acompanhamos uma pessoa sempre. Aquela que, como você,
sempre pega a lotação no mesmo horário, desce no mesmo lugar... Aí sim!

Agora resolvi que está na hora de registrar as peripécias que ouço. Assim surge o: “essa eu ouvi no ônibus”, meu primeiro (espero que único) blog.

Um comentário:

  1. Ow, bacana d+ a idéia!
    Hahahahahaha!
    Vai aparecer cada trem cabuloso aqui!=]
    Bjos moça!
    Boa sorte com o blog!

    ResponderExcluir