segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Essa eu FIZ no ônibus

Obviamente essa pessoa que aqui escreve não está isenta de também pagar micos dentro dos transportes coletivos de Belo Horizonte. Quem está, afinal? Só espero que nenhum leitor aqui tenha visto a cena. Foi realmente vergonhoso.

Estava eu no 2103 em plena hora do rush. Quem mora aqui sabe bem como o trânsito está caótico nessas “horas-chave”. Para piorar, o sentido era Centro-Prado, ou seja, a tendência era só encher.

Entrei naquele ônibus lotado, com muito custo passei pela roleta – não sem antes quase cair três vezes e pedir milhões de desculpas por esbarrar em Deus e o mundo – e me posicionei de pé, bem no meio do coletivo, no corredor mesmo (acreditem, era o lugar mais vazio!). Mas, à medida que mais pessoas entraram, eu fui jogada para trás. Quando vi estava no lugar que mais odeio: em frente à escada da última porta.

Odeio esse lugar em frente à porta por alguns motivos. Vou listá-los:
- Há pouco tempo adquiri altura suficiente para segurar naquela barra horizontal que fica no teto do ônibus. E, normalmente, ela é o único apoio neste local - quando existe algum apoio.
- Sempre levei muito à sério aquela placa de “não estacionar nos degraus”. Então acredite, eu não desço nenhum degrau, fico ali em cima me equilibrando no espaço (normalmente pouco) que tenho.
- Meu senso de equilíbrio é atrofiado (o que explica bem o segundo item). Se o ônibus fizer qualquer curvinha – o que em BH é super normal – pronto, tô eu lá estatelada na porta.
- Sempre penso que a porta se abrirá com o ônibus em movimento e eu vou cair lá fora, sair ralando no chão e ser atropelada pelo ônibus que vem atrás – eu fui atropelada há pouco tempo por um carro e já doeu demais, imagina o que restará de mim se for um ônibus!

Ok, já dei motivos mais que suficientes, certo?

Pois bem, neste dia eu estava evatamente neste lugarzinho que eu não suporto. Para melhorar minha situação nem a barra horizontal estava lá! Portanto, eu não tinha onde me segurar – não, queridos, eu não alcanço o teto!

De repente o ônibus deu aquela freada bem na curva (o que? Tá achando que ninguém faz isso?!). Me segurei imediatamente na primeira coisa que se encaixou em minha mão. Senti um sopro. Percebi que tinha segurando algum tipo de alavanca, porque a “coisa” que soprou também pulou pra fora. Olhei e era um botãozinho vermelho. O ônibus parou imediatamente. Algumas pessoas desceram e eu pensei (só pra mim) “ufa, tá tudo bem, achei que tinha parado por minha culpa”. O motorista tentou arrancar e não conseguiu, a porta continuava aberta. As luzes piscaram. Nessa hora eu já sabia que tinha feito besteira. Discretamente empurrei o botãzinho que tinha puxado, assim, como se nada tivesse acontecido. A porta fechou. O ônibus arrancou. Eu fiquei aliviada e o moço que estava ao lado falou (sem saber que eu estava ouvindo, claro):

- Olha só ela sabia direitinho o quê que tinha que fazer! Que menina inteligente!

Anham. Sou.