quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cobiça

Segundo a Santa Wikpédia – Deus é o Google –, cobiça é, além de um desejo por riqueza material, “um desejo ardente de coisas pertecentes a outrem como também pode ser de sexo ilicito, sexo praticado fora da relacao marital, e fora dos elevados padroes de moral de Jeova Deus”. Deste modo, não cobiçarás a mulher do próximo e ponto final. Ou não...

Como moro perto do ponto final de dois ônibus normalmente embarco e tenho que esperar de 5 a 10 minutos para começar a andar – quando a situação é boa. Outro dia esatava eu sentada na parte dianteira do veículo quando entrou a mulher. Por favor, imaginem: 1,70m de pura mulata brasileira; cabelos trançados que iam até o meio das costas; unhas impecavelmente vermelhas; salto plataforma tamanho 12; mini-saia estampada e regata branca. Isso sem esquecer de mesnsionar o perfume que infestou o lugar e, é claro, a aliança dourada cintilando na mão esquerda. Ela começou:


- Sai agora?
- Não, daqui a 7 minutos. – repondeu o trocador.
- É o primeiro?
- Creio que sim, Glaucia.
- Jefferson tá no próximo?
- Tá sim...


Já tinha me entediado com a ladainha quando ela saiu do ônibus e foi para um bar na calçada. Mas eis que o motorista resolve falar:

- Mulher bunita essa do Jefferson, hein. De onde veio essa não tem mais não.
- Tem mesmo não rapaz – continuou o trocador – Namorou o irmão de um amigo meu por cinco anos. Sempre fui doido com ela. Depois que terminou não demorou dois meses pra casar com o Jefferson. Tive nem tempo de me aproximar.
- Mas o Junin pegou ela, você sabe né?! Deve ter umas três semanas, aqui mesmo no ponto. Mulher assim não pode ser de um só não.
- Dessa aí nem dois dão conta.

Percebendo minha presença no veículo os dois interromperam a conversa. Fiz que não liguei, altiva com meus fones de ouvido (no mudo) e meu óculos escuro. Então continuaram:

- Mas cara, não fica esplanando essa não. Se o Jefferson te ouve dá a maior treta. – Disse o trocador
- O Jeffin?


Os dois caíram na gargalhada. Eu só entendi momentos depois o motivo do riso, quando o outro ônibus parou atrás do que eu estava e desceu um homem. Ele veio até a porta, parou com uma mão na cintura e outra no corremão. Então tudo fez sentido. Era um baixinho magrelo, ou como diria Chico: “um cara fraco, desdentado e feio, pele e osso simplesmente, quase sem recheio”. Era o Jefferson ou , Jeffin.


- E aí, viram a Glau por aqui? – Perguntou.
- Não Jeffin, nem passou por aqui...

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