
Preciso confessar: eu gosto de Paulo Coelho. Sim. Eu gosto do Bruxo. Não entendo por que as pessoas, em geral, tem essa mania de criticá-lo. Pare e pense: quantas pessoas você conhece que gostam de Paulo Coelho? E quantas delas já leram Paulo Coelho?
Minha amiga Juju ganhou no Natal, em uma dessas promoções de shopping, um livro do Paulo. Chama-se “O Livro dos Manuais”. Eu era a única pessoa, dentre tantas que ela conhece, que lia o autor, logo fui presenteada.
Outro dia, enquanto fazia meu velho e habitual trajeto casa-faculdade, percebi que as pessoas do ônibus olhavam em minha direção fazendo gestos de negação e se afastando. Comecei a pensar que tinha algo de errado com minha roupa, ou com meu cabelo... seria o sapato? Não, nada disso... quando sentei percebi que os olhares maldosos iam pro tal livro que estava dentro da minha pasta transparente.
Não consigo entender de onde vem esse preconceito. Já li vários livros do Paulo Coelho e não encontro motivos para as tais críticas. Considero que é uma literatura paradoxal, quer dizer, ela pode ser fácil, mas se você mergulha no livro e entende o motivo que o levou a escrever, a coisas se tornam bem mais complexas.
Uma vez minha mãe me disse que quando tinha minha idade não podia ler Jorge Amado. As moças que o faziam ficavam mal vistas. Ela me contou que o escritor baiano falava muito diretamente, um desbocado para época. Mas comassim o Jorge Amado já foi vítima desses olhares suspeitosos?
Claro, são motivos bem diferentes. Consideram o pobre Paulo um alienado, alucinado, distanciado de Deus. A questão é, virei fã dele quando ganhei meu primeiro livro de entrevistas, “Palavra cruzada”, do Júlio Maria, que escreve a coluna homônima para o Jornal da Tarde, todas as segundas. Uma das respostas de Coelho dizia o seguinte: “O meu texto é vivo e transgressor. Que diferença faz pro mundo uma vírgula separando o sujeito do verbo?”
Pois sim. Que diferença faz pro mundo a vírgula lá no meio? Alguém se sente mais infeliz por isso? Que se manifeste quem já foi injustiçado por isso! Desconheço. É tudo pura convenção. Que me perdoem meus amados professores de redação jornalística, sei muito bem do quão incorreto é uma sentença assim. Mas poxa, se Guimarães Rosa inventa e desinventa palavras, que mal há na virgulasinha do Paulo ali, dando bobeira?
Vamos deixar de pieguice e aceitar que Paulo Coelho escreve muito bem sim senhores. Ele é um escritor comerciante, e que mal há em querer vender livros? Que mal há em se escrever fácil? Problemas devem ter aqueles que só sabem ler difícil. Para que figuras de linguagem sofisticadas, frases trabalhadas? Para que a busca por esse nível de excelência? O que me importa é a história dentro do livro, não as sentenças dentro da história.
Resolvi então fazer um teste de preconceito. Deixava o livro bem a vista onde quer que eu fosse. Coloquei em cima da mesa do meu trabalho - devo dizer aqui que a capa vermelha e bem desenha é um atrativo e tanto, o senhor Fernando Vilela é realmente fantástico -. Todas as pessoas que entravam olhavam para ele, abanavam negativamente a cabeça e saiam, sem nada dizer. Uma das minhas chefas disse que Paulo Coelho era um “charlatão”. Na faculdade não foi diferente. Mas a maioria já se acostumou com meu gosto peculiar para leitura. Em casa eu nem fiz de propósito, o livro estava ao lado do computador. Meu namorado veio aqui e demorou a aceitar que eu realmente estava lendo, depois disso fez cara de pânico toda vez que via a capa...
Bom. Posso dizer enfim que eu leio de Dostoiévski à Paulo Coelho, passando por Graciliano Ramos e August Cury. Que mal há nisso? Nenhum. Sei apreciar a escrita de cada um, seja ela fácil ou difícil, errada ou certa. Não estou aqui para julgar, gosto boas leituras – e isso é uma opinião subjetiva. Não, eu não vou cair no clichê e dizer: Paulo Coelho é um impostor da língua portuguesa.
Se entreguem àquele que já vendeu mais de 65 milhões de livros e abram mão desses conceitos prévios que implantam em suas cabeças.
Não é que o supracitado seja bom ou ruim, afinal são conceitos subjetivos, mas ele não é digno do meu tempo. Morrerei sem jamais ler tudo aquilo que gostaria, então devo escolher a dedo o que é digno de leitura. E ele definitivamente não é. Textos fáceis e mal escritos já são bombardeados aos montes em vias das quais sou incapaz de fugir.
ResponderExcluirE a cara de pânico vai continuar, pra todo sempre... hehehe
Renato deve gostar de ler José Sarney.
ResponderExcluirO Renato deve ser uma dessas pessoas com cabeça fechada, presa na sua propria teoria.
ResponderExcluirOlá Teani,
ResponderExcluirpara ser bem sincera, no meu circulo de amigos, nenhum deles gostam de ler Paulo Coelho, mais to nem aí pra eles.. Leio assim mesmo... Alguns meses atras, pedi um livro do Coelho de presente pra um amigo, e quando foi comprar numa livraria de Copacabana, a vendedora sugeriu a ele comprar de outro ator (disse varias coisas do Paulo coelho)...Meu amigo no dia nem compro, veio falar comigo... mais falei pra ele um pouco do Paulo e fico tudo certo, no final, ganhei o meu primeiro livro dele, Brida... Se formos ligar pra tudo que falam, acabamos não vivendo... Deixem que pensem e que falem... Não vamos nos abalar com isso...
É ENTAU EU QUE ENTREI NUMA LOJA COM O LIVRO SAINDO DO ARMARIO FOI UMA COMÉDIA TODOS ME OLHAVAM DIFERENTE PORQUE EU NÃO REPRESENTO SER GAY RSRSRSRS ATÉH HOGE DOU RISADA DISSO A VENDEDORA FICOU TODA SEM GEITO SHSHSHSHSH
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